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terça-feira, 20 de outubro de 2015

DIZIMO: LIBERDADE DO ABUSO FINANCEIRO

Olá meu amigos leitores .. Hoje me deparei com um texo realmente incrivél em A Cabana e a Graca de Deus ... 
"E a verdade vos libertará"  boa leitura e edifiquem-se.


Dar o dízimo sob pressão? Semear para ganhar favor ou lucro? Fazer um pacto com Deus?
Estes conceitos não fazem parte da nova aliança sob a qual vivemos hoje em dia.
 
Deixe-me enfatizar que apesar da imagem e do título provocativos, existem pastores que ensinam sobre o dízimo com boa intenção, mas mesmo assim, o dízimo como exigência de Deus não é para os dias atuais. E quando Jesus caçou os cambistas do Templo, era porque eles impediam aos estrangeiros, os cegos e os mancos de aproximarem-se de Deus. De igual maniera, certas pessoas de hoje em dia querem re-erguir as barreiras a Deus que Jesus já tirou.
Para começar, não devo explicar o dízimo fora do panorama completo do evangelho da graça pura sob o qual vivemos hoje em dia, porque vão de mãos dadas; quem não entende a função do dízimo não entende a nova aliança pela qual Jesus morreu e ressuscitou. Para muita gente o entendimento da Graça é tão incompleto que, quando ouvem a ideia de que estamos debaixo da Graça e 100% perdoados, o primeiro pensamento delas é: “Quer dizer que podemos ir e pecar à vontade?”. Da mesma maneira, quando ouvem a ideia de que não estamos obrigados a dar o dízimo pensam: "Ah, então não vou dar mais!”, ou, “Você está incitando as pessoas a não colaborar com a obra de Deus!” Mas, em ambos os casos, a verdade é muito mais completa: você está 100% debaixo da Graça, livre para viver uma vida nova, a vida de Cristo em você (Romanos 6). Isso quer dizer que vai expressar a vida do Pai Amado e toda a conduta dEle, incluindo o que você faz com seu dinheiro. Visto que até a maioria dos pastores não entendem claramente a diferença entre a nova aliança e a antiga aliança, sentem a necessidade de usar a lei para controlar o comportamento da congregação, e o dízimo para arrecadar dinheiro. Repetindo, a Graça não é um chamado para a libertinagem ou a preguiça e sim a entrar em uma verdadeira comunhão com o Cristo vivo e expressar a vida e a natureza Dele em todo o sentido. Por isso quero enfatizar minha publicação no link acima e mais os trechos bíblicos que citei: Romanos 5 a 8, Hebreus 7 a 10, 2 Coríntios 3 a 5 e Gálatas de 1 a 6, para dar um contexto aos meus comentários sobre o dízimo. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre, (Hebreus 13:8), mas as alianças de Deus com a humanidade mudaram para sempre em 30 e 70 d.C.
Dito isto, comecemos com 2 Coríntios 8 e 9. Em dois capítulos, Paulo explica a fundo a mentalidade dele sobre dar dinheiro e o nosso exemplo a seguir hoje em dia. Ainda que a explicação dele seja completa, vou fazer alguns comentários:

1) Não deixe que ninguém te cite o versículo 9:6 fora do contexto: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente. ” Se ler este versículo no contexto, isto não quer dizer que se der o dinheiro à igreja institucional, Deus vai te recompensar financeiramente com um bom negócio ou algo mais, ou que se não der dinheiro, vai cair em fracasso financeiro. De novo: leia os capítulos 8 e 9 por inteiro e vai ver o contexto e o sentido. Que agora você tem o privilégio de fortalecer o verdadeiro corpo, a verdadeira igreja de Cristo (todos os seres humanos que têm crido Nele; não um edifício). Você terá o prazer de colher almas para Cristo, de ver outros seres humanos despertando para a vida de adoção eterna e de ajudar e compartilhar com o seu próximo. A ideia de dar dinheiro para receber o lucro, é uma perversão em dois sentidos: é o orgulho humano tentando ganhar o presente que Deus oferece grátis (tão insultante quanto tentar pagar a um amigo um presente), e é dar para receber. Deus dá por dar simplesmente porque Ele é amor mesmo, não para receber algo em troca. A Graça significa expressar a natureza Dele, assim você também dá por dar apenas, sem esperar nada em troca. A colheita que desfruta é ver a edificação do Corpo de Cristo, do qual você faz parte.

2) Versículo 9:7 – “ Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” Isto é completamente incompatível com “E tem que ser ao menos “X" por cento, e tem que ser entregue no edifício da esquina chamada Igreja Fulana”. É completamente incompatível com “Dar a Deus o que é dele”, “Essa porção não é de você”, “ *devolver* o dízimo (porque não é dar, é dever)”, etc.

3) Em Deuteronômio 14, verás que o dizimo jamais foi dinheiro, mas comida. Podia ser convertido em dinheiro por motivos de viagens distantes e depois convertido de novo em comida, mas nunca foi oferecido a Deus em forma de dinheiro.

4) É verdade que o dizimo existia antes da lei, mas se algo é pregado indevidamente como se fosse uma lei, é o mesmo erro. Pode confirmar isto ao ler Gálatas 1 a 6, onde Paulo condenou em condições fortíssimas a exigência da circuncisão, que também existia antes da lei (além dos sacrifícios), mas era tratada como lei por essa gente.
Então, o que dizer das referências sobre o dizimo na Bíblia?
Vamos primeiro a Malaquias 3, 8-10, o que cita-se volta e meia para verificar o dizimo para hoje em dia:
“Pode um home roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: “Como é que te roubamos?” Nos dízimos e nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guarda-las."
Há vários problemas em usar este trecho para os que estão em Cristo e debaixo da graça Dele:

1) Essa *exigência* de dar o dízimo faz parte da velha aliança, mosaica, que foi dada somente aos judeus, jamais aos gentios. Em todo caso, aquela aliança tornou-se antiquada e envelhecida com a morte de Jesus, e desapareceu por completo com a destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C. (Hebreus 8:13) (embaixo, ao final, vou esclarecer uma distinção importante entre velha aliança y velho testamento).

2) Este trecho é uma continuação do pensamento que começou em Malaquias 2:1: “ Agora, pois este mandamento é para vocês, os sacerdotes.” Para um certo grupo de sacerdotes, em um determinado contexto. Não havia enumeração de versículos e capítulos no texto original, e pode ver a continuação você mesmo. Isto é mais um exemplo da importância do contexto: quem fala a quem? Debaixo de qual aliança? E debaixo de quais circunstâncias?

3) Versículo 2:2: do mesmo pensamento, Deus diz que tem amaldiçoado a essas pessoas, e promete amaldiçoa-las mais. Ao interpretar a Bíblia, uma pergunta muito útil de se fazer é: É isso possível depois da Cruz? E a resposta aqui definitivamente é: “Não”. Cristo se fez maldição por nós e quitou toda essa maldição. (Gálatas 3:13, Romanos 8:1, 2 Coríntios 5:21).

4) Malaquias 3:10 diz: “Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento [comida] em minha casa...Espera. Templo? Que tem a ver esse templo com você? E, minha casa? Nós, nossos corpos físicos, somos agora o templo, a casa de Deus. Nada em contra de congregarmos em um imóvel dedicado a esse propósito, e sim, é justo ajudar com os gastos disso, mas há um erro em usar termos hoje em dia como templo, santuário, altar, etc, para nos referirmos a um edifício, ou as partes dele. Nós mesmos somos a igreja, o templo, a casa de Deus e onde dois ou três estiverem reunidos em nome de Deus, ali está a igreja. As coisas físicas na antiga aliança eram uma sombra; as coisas espirituais na nova aliança são a realidade. O templo a qual Malaquias 3:10 se refere é o Templo de Jerusalém, que foi destruído em 70 d.C.. Hoje nós somos o verdadeiro templo de Deus.

5) A história de fundo de Malaquias 3:10: os levitas recebiam uma décima parte das colheitas dos outros onze tribus de Israel em troca de seu labor de fazer sacrifícios no Templo. Chegou um tempo (Neemias 13:10-13) em que os levitas não recebiam estes dízimos e saíram do Templo para trabalhar por sua comida. Deus repreendeu os líderes por fazer isso. Para repetir, a velha aliança nunca foi dado a você, só aos judeus, e em todo caso esse templo e esse sistema foi destruído em 70 d.C. Toda a Bíblia foi escrita para nossa instrução, mas em muitos casos somos observadores, não destinatários; sempre olha o contexto.

6) Como disse antes, dar para receber é uma perversão do amor de Deus. Deus dá para dar, porque Ele mesmo é amor. Você agora é seu filho(a) amado(a), seu reflexo vivo, assim Ele vai te inspirar a dar e compartilhar seus bens, sem pensar em recompensa financeira. A antiga aliança trata de uma overdose de “Fazer o bem, receber o bem; fazer o mal, receber o mal”, para exaurir o orgulho e o esforço humano. Jesus veio e deu volta a essa economia, trazendo o favor e as bênçãos de Deus aos que mereciam menos. As referências na nova aliança sobre semear e colher têm seu próprio sentido e contexto, que você pode verificar ao ler 2 Coríntios 8 e 9, e Gálatas 1 a 6. Uma ajuda: não confunda castigo com consequências.
Nos evangelhos, Jesus sim se refere a dar, dizimar, etc, mas recorda que Ele mesmo ainda estava debaixo da antiga aliança (Gálatas 4:4,5). Não descartemos nenhuma palavra da Bíblia, mas sempre temos que levar em consideração o contexto.
Em Hebreus 7, há citação de dízimo, mas não é uma afirmação do dízimo para hoje em dia, e sim uma afirmação da superioridade de Cristo sobre todos, incluindo a Abraão, algo impensável aos judeus até então. *Uma certa vez* Abraão voltava de uma guerra, se encontrou com o sacerdote Melquisedeque, deu a ele a décima parte dos despojos de guerra e recebeu uma bênção, dois feitos que demonstraram a superioridade de Melquisedeque, uma sombra de Jesus.
1) Foi uma situação única.
2) Melquisideque não *exigiu* o dízimo de Abraham.
3) Abraham só deu um décimo dos despojos de guerra, e não dos seus bens materiais ou ingressos; estando em pé de guerra e longe de casa, teria sido impossível trazer tudo isso com ele.
4) Abraham recusou ficar com o outro 90%. Ou deu o 90% ao rei de Sodom, ou devolveu o 90% aos donos originais; não fica totalmente claro no texto, mas nao era para Abraham.
5) Nem tudo o que Abraham fez é exemplo que somos obrigados a seguir: casar com sua irmã, por exemplo.
Hebreus foi escrito em 67 d.C. enquanto o Templo de Jerusalém ainda existia, antes de sua destruição pelos romanos no ano 70. Os dízimos contínuos eram para os sacerdotes levitas, para compensa-los do trabalho árduo e *contínuo* de fazer sacrifícios de animais pelos pecados do povo. (Nota esta palavra *contínuo*). No templo terrestre que era uma representação da morada de Deus, era explicitamente proibido qualquer móvel para sentar porque o trabalho nunca terminou. Quando Jesus entrou através de outro sacerdócio, fez *UM* sacrifício perfeito e final, entrou no Santo dos Santos literalmente no céu, e *sentou* à direita de Deus – Está consumado! – Onde permanece até agora, seu único sacrifício já feito e suficiente por toda a humanidade por todos os tempos. Leia Hebreus 7 a 10 e confirme isto, e analise o versículo 7:12: “Porque quando muda o sacerdócio, também tem que mudar a lei” – pense nas implicações disso!
Conclusão do parágrafo anterior: se você ainda está entregando dízimos por obrigação, está dizendo que seu sacerdote ainda está trabalhando e fazendo sacrifícios. Seu sacerdote é um levita, ou é Jesus?
Para resumir, em Cristo está livre de toda lei, incluindo a de dizimar. Ha recebido o espírito de adoção. Em Cristo, você é uma nova criatura, literalmente uma morada Dele. Você foi 100% perdoado e transformado espiritualmente e tem o enorme privilégio de ser o corpo e o reflexo Dele nesta terra. Seus mandamentos: crer Nele e amar como Ele te ama, inclusive na gestão dos seus bens materiais. Dá liberalmente da forma que Ele te guie individualmente.
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Adendo: devido a algumas respostas recebidas, anexo aqui alguns comentários a mais (11 outubro 2015). Quero esclarecer três coisas, principalmente:

1) Quais são as diferenças entre antiga aliança/antigo testamento y nova aliança/novo testamento.
2) Por que entender a nova aliança é de suma importância.
3) Por que entender a função do dízimo e entender a nova aliança vão em conjunto.

1) Antiga aliança/antigo testamento não são exatamente a mesma coisa, e nova aliança/novo testamento tampouco são exatamente a mesma coisa.
A divisão da Bíblia em antigo testamento/novo testamento é um pouco artificial e enganosa; nem tudo no novo testamento é da nova aliança, e nem tudo no antigo testamento é da antiga aliança. A sombra de Jesus e a sua obra consumada (a nova aliança) está por todas partes do antigo testamento. E posto que Jesus nasceu e ensinou baixo a antiga aliança, nem tudo o que aparece no texto do novo testamento é da nova aliança. A nova aliança só entrou em vigor com a morte de Jesus (“No caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem o fez.” Hebreus 9:16-17; usa-se a palavra "testamento"; dá pra ver a confusão de palavras).
Por isso, não descartamos nem uma palavra da Bíblia, e valorizamos o antigo testamento porque nos indica a proveniência de Jesus, a história de fundo de quem Ele é e por que Ele é tão importante à humanidade.
Porém, sim precisamos olhar a velha *aliança* na perspectiva certa: foi dada só aos judeus (foi uma surpresa total a Pedro em Atos 10 que os gentios fariam parte da família de Deus-- inédito!), e foi dada para demostrar a impossibilidade de agradar ou chegar perto de Deus a través do esforço humano. Jesus chegou e intensificou a lei para excluir definitivamente o auto-esforço (Mat. 5) e ressaltar a obra perfeita que Ele iria fazer. Agora, o pecado que o escritor de Hebreus descreve é a incredulidade: voltar aos rituais, costumes, e sacrifícios da antiga *aliança*, para ter mais segurança, caso Jesus realmente não cumprisse tudo.

2) A suma importância de entender a nova aliança vs a antiga aliança: Tem pessoas que responderam e acham que a distinção nova aliança/antiga aliança é uma mera bagatela ou distração: tudo está na Bíblia, então façamos tudo; qual diferença faz? Vamos analizar isso:
Hebreus 8:13: “Chamando ‘nova’ esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido está a ponto de desaparecer.” [E desapareceu mesmo, três anos mais tarde, destruído pelos romanos conforme a vontade de Deus.]
Não é o único versículo ao respeito (o tema se repete, por exemplo, em Heb. 9:15 e 10:9-10), mas reflexionemos nisso: Se Deus declarou novo o padrão da Sua relação com você, explicitou que o padrão anterior tornou-se antiquado e envelhecido, e enviou o exército mais poderoso do mundo para fazê-lo desaparecer por força, não acha que te convêm aprender o que é este novo arranjo e dar-lhe a mesma importância que Ele lhe dá?
Evitar fazer isso seria evitar a vontade mesma de Deus, não é certo?

3) Por que entender a função do dízimo e entender a nova aliança vão em conjunto: Vou basear meus comentários no livro de Hebreus, e quero sugerir que todo o mundo leia essa maravilhosa e fascinante carta por conta própria, em parte para ver que não estou citando estes temas fora de contexto. Às vezes citam-se trechos de Hebreus fora de contexto para aterrorizar as pessoas com perdição eterna e meter-lhes um pavor indevido de Deus, mas se você ler tudo de inicio a final e entender o contexto, verá que foi escrito para fundamentar seu coração na *graça* (13:9).
O escritor escreveu aos crentes judeus em 67 d.C., enquanto o Templo ainda existia. Ele queria lembrar-lhes da superioridade de Jesus, do Seu sacerdócio, e do Seu sacrifício, sobre toda pessoa, sacerdócio, e sacrifício, e animá-los a entrar de todo coração a fé nele, sem deslizar e tornar aos ritos da velha aliança. É bem importante notar que embora eles fossem da tradição judia e mestres em boas obras, eram *crianças* na verdadeira justiça de Deus! (5:11-14). Como é que alguém que faz um monte de boas obras na tradição judia seja uma criança espiritual? É porque Jesus, na Sua morte e ressurreição, deu volta a essa economia de justiça: “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21) Jesus não cometeu nem um ato pecaminoso para tornar-se pecado, e de igual forma nós não fazemos nem uma obra justa para tornarmos a justiça de Deus; simplesmente aceitamos pela fé o que Jesus fez por nós. Não é por obras, para que ninguém se glorie.
Além disso, era imaturidade espiritual porque as coisas físicas da velha aliança eram uma sombra; as coisas espirituais da nova aliança são a realidade. Eles prefeririam coisas tangíveis, em vez de depender das coisas verdadeiras mas invisíveis. Cuidado com a tendência de precisar de coisas físicas, boas aparências, para mostrar uma “santidade” artificial, uma falsificação da realidade que Jesus já efectuou dentro de você, na esfera espiritual.
O que tem isso a ver com o tema do dízimo? Vamos ver o tema de obras mortas, provocadas por uma má consciência (términos da Almeida, mas vou continuar a citar a NVI para ser consistente).
Primeiro, Jesus já tratou com seus pecados; é um ato feito e resolvido (Hebreus 1:3, 7:27, 9:12, 9:26, 9:28, 10:10, 10:12). Agora o pecado ao qual Hebreus se refere è a incredulidade de que Ele já te purificou: quem estiver aguardando um maior Messias, um maior sacerdócio, um maior sacrifício, vai aguardar em vão, porque o grande show já chegou e está em suas narizes. Por isso, não seja apavorado por 10:26-30, como acontece demais; esse trecho é para quem recusa crer em Jesus, aguardando algo melhor, que não chegará.
Uma outra forma de incredulidade é ter uma má consciência [Almeida], uma consciência culpada [NVI]. Nota, por se não seja óbvio: não é a vontade de Deus que você tenha uma consciência culpada; isso é pensar em você mesmo em vez de crer na obra consumada de Cristo! Não é nada “espiritual” ficar com uma consciência culpada, pensando em tudo o mal que você fez; isso é a incredulidade na obra consumada de Jesus.
Olha a coisa boa que Deus quer para você: “Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de… [perai--de quê? Do pecado, verdade? Não! É isso o que nos ensinou a mentalidade religiosa!] …para nos purificar de ***uma consciência culpada***, e tendo os nossos corpos lavados com água pura. Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel.” (Sim, ele fala no próximo versículo de boas obras, mas no contexto não são iguais a obras mortas. E sim, Paulo fala da tristeza sã em 2 Cor.7, mas é outra coisa.)
“Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam, de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo! (9:13-14)
O que tem tudo isso a ver com o dízimo? Tem tudo a ver com o dízimo como obrigação. Qualquer obra motivada pelo medo ou culpa, é uma obra morta, inspirada por uma má consciência, que Jesus morreu para purificar. A coisa não é quanto dinheiro você dá na igreja; é o motivo atrás disso, e o que esse motivo mostra sobre seu entendimento da obra consumada de Jesus, a nova aliança. Até aquilo de pensar, “Se Deus fez tudo isso para mim, o mínimo que eu devo fazer para Ele é…” torna uma boa obra em obra morta. Outra forma comum é passar um tempo ruim na conducta ou nos pensamentos, e quando vem o domingo, colocar mais dinheiro na ofrenda para compensar: obra morta; auto-esforço em vez de confiar na obra consumada de Jesus. Pode ser que uma pessoa se sente melhor após fazer isso, mas isso não passa de coçar a coceira duma má consciência. É desnecessário dizer que “Se eu não dou o dízimo, estou robando a Deus, e ele vai me amaldiçoar,” resulta numa obra morta.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

ATRAIDOS PELO AMOR DE DEUS



 

 

Por Anderson Cassio Oliveira


Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.(Jr 31:3)
Muitas pessoas definem o amor como um sentimenro forte que une duas pessoa
s ou como um sentimento que predispoe alguem a desejar o bem do outrem. E isso realmente é verdade.

Porém, existe um amor que é mais que tudo isso, que humanamente podemos sentir. É um amor que excede todo entendimento, e por causa disso, nos constrange. Esse amor , se chama “amor de Deus” (Ef 3:14, 2 Cor 5:14)

Se examinarmnos as Sagradas Escrituras e procurar o significado do AMOR segundo o hebraico vemos que é muito mais essas definições descritas acima. Existem dois termos no hebraico que definem o amor com maior complexidade . São os termos ahabah  אַהֲבָה e hesed חֶ֫סֶד que significam o amor pactual, ou seja, que existe entre Deus o o ser humano uma aliança, num amor profundo e duradouro.

Existe, portanto, uma aliança entre o Senhor e seu povo. Como diz o dicionário bíblico, o amor de Deus é a base da aliança e o fundamento de sua fidelidade. E nesse amor, ainda que sejamos infiíes el continua sendo fiel (2 Tm 2:13).
Sua fidelidade e amor envolvem misericórdia e o perdão necessãrio a qualquer relacionamento. Como diz o salmista:
A tua misericórdia, SENHOR, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas nuvens.
Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, pelo que os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas.(Sl 36:5;7).
Só que muitas pessoas não entendem que por amor o Senhor nos atrai com “cordas humanas” e “laços de amor” ,as vezes mais flexiveis e outras vezes mais rígidas (Os 11:4).
Deus repreeende e disciplina a quem ama (Hb 12:6). O Senhor não é um Deus vingativo, mas amoroso, pois sua essência é amor. Diz a palavra que Deus é amor(1 Jo 4:8).

As vezes o Senhor n0sso atrai e nos elva ao deserto, para que possamos aprender com Ele falar ao nosso coração (Os 2:14). E Ele quer conquistar nosso coração, ou seja, atrai-lo, mas não fará isso abruptamente. O amor de Deus é comparado ao amor de um Pai(Os 11:1-4), de uma mãe (Is 66:13) e de um esposo (Os 2:21).

A palavra de Deus diz que o Senhor nos amou sendo nós ainda pecadores(Rm 5:8). Isso quer dizer que seu amor é incondicional, ou seja, não deseja nada em troca e nem está sujeito ao que façamos.
Porém o que o Senhor deseja é reciprocidade. É por isso que Ele nos atrai ao seu amor. Diz as Sagradas Escrituras que nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4:19).
É seu amor esta alicerçado em Jesus. Foi em Jesus que o amor de Deus se consumou. Foi no sacrifício de Jesus e Sua morte de cruz que a amor do Pai nos atraiu definitivamente.
Diz a palavra de Deus: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que DEU o seu Filho unigênito, para que TODO AQUELE que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.(Jo 3:16)
NINGUÉM tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.(Jo 15:13).

Quem é atraído por Cristo, não morre,AINDA QUE LHE SOBREVENHAM ANGÚSTIAS E TRIBULAÇÕES como disse Paulo aos Romanos:
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Que aceita Jesus é amado de Deus.
Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.(1 Jo 4:9-10)
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, POR AQUELE QUE NOS AMOU.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.(Rm 8:35;37-39)

Este amor de Deus é tão forte como a morte. Este amor é imensurável, ou seja, não se pode medir. É por isso que o Senhor como noivo declara :
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte (Cânticos 8:6)

segunda-feira, 30 de março de 2015

PAI NOSSO E PÃO NOSSO



A falta de pão na mesa do pobre é um problema decorrente da falta de espiritualidade no altar dos cristãos



  A oração do Pai Nosso é, ao mesmo tempo, a oração do “pão nosso de cada dia”. O pedido por esse pão não é um apelo para o suprimento material. Jesus Cristo já havia ensinado aos seus discípulos a não se preocuparem com o alimento. Também já se conhecia a ideia de que Deus dá o pão aos seus amados enquanto eles dormem, de acordo com o Salmo 126. Conforme Jesus Cristo, a natureza se encarrega de suprir a carência das aves dos céus e dos lírios do campo; se Deus assim supre os pequenos animais e os vegetais, há, então, suprimento suficiente para todas as pessoas do planeta. Como sabemos, o problema da falta de alimento para muitos não se deve à superpopulação ou à falta de solos aráveis. A monocultura, a exploração do semelhante e a concentração de renda, entre outros fatores, geram a fome e a miséria que têm vilipendiado tanta gente. Portanto, na oração do Pai Nosso, o pedido não é pelo pão – e sim, pela prática da socialização do pão.   O alimento é um direito de todos os seres humanos. Quando uma minoria detém a maior parte dos bens, outras pessoas irão padecer necessidade. O problema da desnutrição, para muitos, está na má utilização dos recursos naturais, quando se visa apenas ao lucro e ao acúmulo de capital, o que também leva à degradação do meio ambiente. Logo, o Pai Nosso não é uma prece para ser meramente repetida em nossas liturgias; ela é a oração sobre a ética da propriedade e dos bens. 
Para Jesus Cristo, vale mais uma vida eticamente correta do que a oração corretamente pronunciada. Há muitos cristãos orando o Pai Nosso sem, contudo, expressar o reconhecimento – muito menos, o arrependimento – de que estão pondo muitas pessoas sob o castigo da fome e da morte. E é por causa de nosso egoísmo, revelado quando comemos muito e deixamos outros com fome, que há muitos doentes e mortos em nosso meio. Não discernir essa realidade significa comer e beber juízo para si, conforme I Coríntios 11.23-27. 
  Para muitos de nós, o Pai Nosso pode ser compartilhado e dividido; mas o pão, esse não – é exclusivamente “meu”. Ele é o ídolo que só na reza ou na burocracia religiosa pertence ao outro. O máximo que fazemos é uma doação filantrópica de nossas sobras. E, se damos a sobra, apenas denunciamos o nosso contexto de injustiça. É hipocrisia doar a sobra como se fosse um ato de misericórdia. A misericórdia se evidencia pela doação daquilo que nos faz falta. Todo ídolo exige sacrifício. O ídolo de mercado, representado pela acumulação de propriedades e rendas, vive guardado no altar sagrado dos cofres bancários, venerado pelos seus adoradores, os mesmos que sacrificam os mais fracos e vulneráveis da sociedade. 
  No Brasil, o pão é de uma minoria. Mais de 32 milhões de pessoas passam fome, e 65 milhões de brasileiros alimentam-se de forma precária. O pão é um bem que pode ser acumulado ou socializado; por isso, a oração do Pai Nosso tem implicações econômicas, sociais e políticas. Orar ao Pai do céu pelo pão de cada dia é uma premissa contra a acumulação de bens. O mundo seria diferente se todos os cristãos fizessem do Pai Nosso uma prática de justiça, solidariedade e socialização do pão. O Pai Nosso é a oração pelo pão de cada dia do outro. É a oração que muda a concepção fundiária e subverte a noção de renda ou posse dos bens. Portanto, é muito mais do que um jeito de orar – é, de fato, uma maneira de se viver. O bem-aventurado pobre de espírito, citado em Mateus 5.3, vive motivado pela sensibilidade e pela compaixão, e tem prazer em socializar com outras pessoas tanto o Pão da Vida quanto o pão da terra. Além do mais, o bem-aventurado pobre de espírito é também feliz porque sente fome e sede de justiça. E essa sua fome, essa sua sede, são aguçadas diante da fome sofrida pelos injustiçados.
  Não podemos mais admitir que nosso país – o maior em número de católicos e o segundo maior em número de protestantes – seja um dos países mais injustos do planeta. A falta de pão na mesa do pobre é um problema decorrente da falta de espiritualidade no altar dos cristãos. A carência de alimento passa a ser um sinal de nossa falta de espiritualidade à medida que o outro não o tem. Que o Pai do céu nos ajude a socializar o pão da terra.